Novos rumos

Caros leitores,

Após 2,5 anos a viver em Cabo Verde, chegou a altura de procurarmos novos desafios em diferentes culturas. Após alguns meses de procura, surgiu a oportunidade de irmos para as Filipinas, local onde estamos há dois meses.

Obrigado a todos os que nos seguiram durante esta jornada.

Gostaríamos também de partilhar esta nova experiência convosco. Se nos quiserem acompanhar, vejam o site: http://www.nomadaslusos.wordpress.com

Um bem haja a todos!

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Blog aberto

Bom dia a todos.

Confesso que já não pensava em voltar a escrever no blog. Pensei nele como uma memória do primeiro ano como emigrante. O facto de ter o nome “Projecto Odisseia”,  nome dado depois a um projecto profissional que não correu da melhor forma (ver posts anteriores) teve também algum impacto. Contudo, acontecimentos recentes fizeram-me repensar! Um simpático casal Português que está cá a viver há pouco tempo, sugeriu “abrir” o blog para também eles partilharem as suas experiências. Além disso, quando aqui vim, depois de um ano ou mais, vi uma série de comentários e um tráfego no blog que não estava à espera.

Assim sendo, caros residentes em Cabo Verde, convido-vos a partilhar as vossas experiência com o mundo!  Basta enviarem-me um e-mail ou mensagem no facebook com o vosso e-mail para vos adicionar como autores deste blog :).

Eu irei também voltar a contribuir. Estou aberta a sugestões e temas que queiram propôr ou questões que gostassem de saber.

Desenvolvimentos do último ano:

Falando deste último ano, sentimos novos sinais da crise mundial em Cabo Verde, nomeadamente nos emigrantes e expatriados da área da construção civil e embaixadas, cujos contratos têm vindo a ser terminados por falta de verbas das empresas-mãe/ estado português. No que concerne ao Estado, penso que a causa dispensa qualquer explicação. Já na área de construção civil, penso que além das dificuldades sentidas em Portugal, Cabo Verde é muito pequeno, e as empresas de construção civil são muitas, o que gera uma concorrência e uma procura maior do que aquilo que está a ser oferecido. Acresce ainda que parte das obras públicas são financiadas por ajudas externas, as quais têm também vindo a ser cortadas.

Parece que o que está agora na moda é a corrida ao financiamento chinês e fala-se em exploração de petróleo por estes lados.

Por outro lado, os empreendimentos turísticos nesta ilha têm crescido. Vai nascer um novo hotel de 5* e vão construir um Hilton (!!!), os dois aqui na Praia. Está aprovado um projecto de requalificação da Praia da Gamboa e também da área de Kebra Kanela. Daqui a 2 ou 3 anos, acho que não vamos reconhecer parte da cidade. Boas notícias para os muitos novos profissionais de turismo formados na nova Escola de Hotelaria e Turismo aqui da Praia, e para os residentes, que de certeza vão ter mais oferta de locais de convívio!

Em termos de segurança as coisas por aqui têm estado lentamente a piorar. Houve-se falar em muitos assaltos à mão armada, a qualquer hora do dia, pelo que temos andado mais cautelosos. Estranho uma cidade com pouco mais de 100.000 habitantes, cuja população não tem historial de violência, estar a ficar tão agressiva. Esperemos que sejam tomadas algumas medidas, afinal o desenvolvimento económico e financeiro deve estar acompanhado com o desenvolvimento da população, ou pelo menos, na minha cabeça, assim deveria ser!

Desenvolvimentos na esfera pessoal

Da nossa parte tem estado tudo a correr bem. Estamos a construir um novo barco, o qual, apesar do tempo inicial previsto ser um mês, 3 meses depois falta apenas fibrar! 🙂

Daqui a 2 semanas contamos estar já a “rasgar” as águas de Cabo Verde com o nosso novo bote de 7m x 2m e a descobrir novos locais de mergulho espalhados por toda a fantástica costa de Santiago, e quem sabe, Maio. Estamos ainda e pensar no nome para o barco, e iremos decidir nos próximos 15 dias. Para isto, gostávamos muito de ter o vosso contributo!!

Este senhor, constrói barcos há 55 anos!!

 

Tendo em conta os acontecimentos com embarcações destes últimos 2 anos (1º barco roubado, 2º barco ineficaz para a nossa actividade – resultado de falta de experiência e ingenuidade própria de sonhadores) acredito irracionalmente no velho ditado “à terceira é de vez!!”. Agora é que são elas!!! Contamos com as boas energias de todos!!!

Recentemente também uma velha paixão minha voltou a entrar sem aviso na minha vida: a fotografia. Comecei esta semana a fazer alguns trabalhos para uma empresa local. A minha máquina já não sabia o que era disparar a este ritmo, pelo que de vez em quando queixa-se e dá erros. Estamos as duas a desenferrujar e a voltar a registrar o mundo à nossa volta. Confesso que tinha saudades!! Mais do que aquelas que achava que tinha :).

O João continua  100% focado no mundo subaquático e no Centro de Mergulho. Temos estado a desenvolver alguns projetos no âmbito da escola e centro de mergulho. Se quiserem acompanhar, é só fazer like no facebook 🙂  – http://www.facebook.com/underwaterdive

Deixo-vos agora com algumas imagens dos mergulhos (para não estranharem uma mudança muito brusca no blog!) que temos feito ao longo deste ano. Parte das Jamantas que vão ver, foram filmadas junto a Porto Mosquito, uma aldeia muito pobre, que foi uma das melhores descobertas deste ano.  Apesar da pobreza, a verdadeira Morabeza de Cabo Verde permanece. Um dos locais onde somos sempre muito bem recebidos.

Até breve (mais breve que o último post!)

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Pedra Badejo, fruta e morabeza

Olá a todos,

A ilha de Santiago tem locais fantásticos para se visitar, e só agora começámos a explorar mais esses locais através de uns passeios realizados através do centro de mergulho.

Realizámos recentemente dois passeios pedestres a Pedra Badejo, não na vila mas nos campos de agricultura. No primeiro pudemos ver tudo verde e atravessar ribeiras cheias de água, no segundo já se começam a ver os sinais da seca característica desta ilha. A vida simples, a simpatia e humildade com que somos recebidos, bem como as paisagens e os sons, fazem-nos esquecer as “coisas importantes”. De repente não penso nem sinto a importância do trabalho, dos estudos, nem o peso das coisas, nem os efeitos da crise.

Estas pessoas têm tão pouco e estão dispostas a partilhar connosco o pouco que têm. Nos campos de agricultura somos sempre recebidos pelo Beija, um agricultor que nos acompanha nos passeios e nos arranja imensa fruta para comer. O gosto com que nos recebe impede-o de querer aceitar uma retribuição, que acaba por aceitar quando o nosso colega de trabalho, o Zinho, natural de Pedra Badejo, insiste para o fazer.

Grande parte das pessoas andam descalças seja qual for o terreno, muitas parecem não se importar e chegam mesmo a considerar os sapatos desconfortáveis. Depois de atravessarmos os campos de bananeiras e papaieiras, seguimos rumo a uma aldeia no cimo do monte. É uma aldeia com pouco mais de 20 casas, grande parte em pedra, que me fazem lembrar as casas da aldeia da minha bis-avó de Penhas Juntas perto de Bragança. Somos recebidos por dezenas de miúdos que posam para as fotografias, e ficam extasiados ao ver a foto deles no ecrã da máquina. Todos nos recebem com um sorriso. Da primeira vez, havia electricidade e tivémos direito a um espectáculo de dança funáná (a electricidade chegou há 5 anos atrás). Incrível como crianças de 2 e 3 anos já dançam melhor que muita gente grande.

Bem mas menos conversa e mais imagens.

Seguem aqui algumas fotos tiradas nestes dois passeios.

Espero que gostem 🙂

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Viver em Cabo Verde

Muito bom dia a todos.

Na sequência dos vários contactos que fomos recebendo desde que estamos em Cabo Verde e após alguns pedidos, decidi falar-vos um pouco sobre a realidade de viver em Cabo Verde, particularmente na cidade da Praia. Vou tentar focar-me nos aspectos principais.

Enquadramento

Cabo Verde é um País composto por 10 ilhas e cada ilha tem um identidade própria, tanto em termos geográficos como em termos de convivência e cultura. Não tive ainda muitas oportunidades de visitar as ilhas, apenas fiz duas breves visitas a S. Vicente em trabalho e uma à Boa Vista, também em trabalho. Mas as diferenças fazem-se realmente notar. Desde diferenças na paisagem, no Crioulo (muito acentuadas), a diferenças da falada “morabeza”, tudo se faz sentir.

A vantagem de ser um arquipélago e da ausência de matérias primas valiosas, permitiu sempre o isolamento de outros países e consequente ausência de conflitos políticos, a não ser a normal retórica política entre os partidos existentes. A influência portuguesa do “deixa andar”, foi também um aspecto importante para esta paz e calma. Apesar de ser um país tranquilo, a criminalidade tem crescido, devido à acentuada disparidade social, concentração demográfica, rápido desenvolvimento e ao desemprego, sendo este mais abrangente em camadas mais pobres.

A cidade da Praia, sendo a capital num país de desenvolvimento médio e cujo crescimento tem sido muito rápido, representa ao mesmo tempo o núcleo de trabalho e oportunidades em Cabo Verde, mas também um local pouco seguro, mal cheiroso e particularmente pouco agradável, principalmente quando se pensa num país de clima tropical (seco!… eu vinha com uma ideia muito diferente). O rápido crescimento urbano não foi acompanhado nem por um plano urbanístico nem pela criação de condições básicas. As centrais de tratamento de água são poucas e insuficientes, a rede de esgotos quase inexistente, e o tratamento do lixo é algo que se começa a falar. Das coisas que mais confusão me fez quando aqui cheguei, foi não poder reciclar!

Vistos e viagens

Conseguir um visto em Cabo Verde é relativamente fácil. Os vistos turísticos podem ir até aos 3 meses e para conseguir um visto de residência, bastam 500$ (cerca de 5€), um passaporte válido e uma declaração de uma entidade empregadora.

Existem voos diários para Lisboa, tanto pela TAP como pela transportadora aérea local, a TACV. Viajar para a Praia é estupidamente caro. Por mais 50€ vai-se ao Sal, fica-se 3 dias num resort de 5 estrelas, apanha-se um voo interno para a Praia e fica-se na casa de alguém conhecido e depois volta-se para Lisboa via Sal. Os voos directos ida e volta Praia – Lisboa rondam os 500/600€, nos melhores dias!

Energia, esse bem “assegurado”

Em Portugal não nos preocupamos com a falta de água ou luz. É um bem assegurado! Nem sequer pensamos nisso! Quando falta durante duas horas quase que é notícia de primeira página… realidade completamente diferente daqui. Este país é fortemente afectado por a nossa querida Electra (empresa produtora e distribuidora de água e luz), que ultimamente tem-nos presenteado com cortes diários que duram várias horas, sempre em horário de trabalho (Resultado: empresas sem poderem produzir, barulho ensurdecedor dos geradores, equipamento electrónico avariado, stress!!!!) A electricidade aqui ainda é produzida quase exclusivamente com combustível fóssil. As empresas que vendem geradores, este mês já estão fartas de facturar.

O problema da Electra centra-se numa má gestão, roubo de energia (as famosas puxadas aqui são mais que muitas), avarias e ausência de conhecimento técnico para reparação, e falta de dinheiro.

Começam a ser feitos investimentos em energia eólica e solar, mas ainda não notei benefícios das mesmas para a população.

A electricidade (quando há), é relativamente cara quando comparada com Portugal, cerca do dobro ou talvez o triplo. Há dois ou três meses sofreu um aumento repentino de 50%!

A água é também muito cara. As poucas nascentes existentes foram “entubadas” para produção de água para consumo, sendo a maior parte da água proveniente de dessalinizadoras, que pertencem à Electra e que estão com constantes avarias. Todas as casas têm reservatórios de água, pois a água corrente não é regular. Todas as casas têm bombas de água para puxar a água dos reservatórios… quando falta a electricidade, falta a água… e muitas vezes falta só a água! Ultimamente temos resolvido o problema da água com encomendas de toneladas de água, que custam mais do dobro, que vêm de lugares incertos, e que pagamos 3 x!!! 2 x por ser o dobro do preço normal, e mais uma à Electra, pois a água passa nos contadores! Ahh e nunca deixem uma torneira aberta quando não há água, o ar na canalização faz disparar o contador, e são capazes de pagar qualquer coisa como 20.000$00 de água num mês em que não a utilizaram. O travão que deviria existir, “ka tem”!

Custo de vida

O custo de vida depende muito da ilha/local para onde se vai. As ilhas mais caras são as mais turísticas, nomeadamente o Sal e a Boa Vista. São ilhas rasas, com muito turismo de praia, onde tudo é importado, daí o elevado custo de vida.

Na Praia a vida não é barata, mas sendo a capital existe mais oferta, o que baixa ligeiramente os preços dos alimentos e de bens materiais. Temos de nos lembrar que sendo um País, um arquipélago seco com um clima pouco propício para a agricultura, a 500 km do país mais próximo, tudo é importando e transportado, com a excepção de algumas frutas como papaia, banana, manga e algum peixe.

Os bens materiais electrónicos e mobiliários são muiiiiiiiiiiiito caros! compensa ir ao IKEA ou trazer tudo de Lisboa num contentor, apesar de os custos de transporte e de alfândega serem muito caros (cerca de 90% sobre o valor de factura!). As melhores oportunidades centram-se na compra de móveis em 2ª mão, nomeadamente de imigrantes que estão de regresso aos seus países. Bens electrónicos nem se fala, pelo menos o dobro.

Alugar casas não é propriamente barato, mas consegue ser mais barato que em Portugal. Podem-se arranjar t3 em zonas seguras, por 50.000$ ou 60.000$ (cerca de 500 a 600€), se forem mobilados o preço aumenta bastante (entre 70.000$ e 100.000$). A procura é muita para a oferta que tem.

Emprego

Aqui não existe um ordenado mínimo estipulado. Existem pessoas a trabalhar em lojas que ganham 9000$00 (cerca de 90€) por mês, dependendo da loja. Áreas comerciais são muito diversificadas em termos de ordenado, (um vendedor pode ganhar desde 20.000$00 a 100.000$00, dependendo da empresa e da área de actuação).

Quadros superiores ganham ordenados a partir dos 50.000$00, apesar de existirem algumas pequenas empresas locais que pagam ordenados muito inferiores.

É difícil dizer um nível médio de ordenado, porque depende muito da profissão e da empresa para onde se trabalha.

Quadros qualificados, com vontade de trabalhar e com espírito inovador normalmente tem facilidade em encontrar trabalho. Encontrar trabalho numa empresa aqui através de Portugal é quase impossível, a não ser que tenham cunhas muitos boas, ou que tenha a sorte de ser expatriado, essa regalia cada vez mais rara!

A comunidade “tuga” cresceu muito no último ano. Estando cá, rapidamente se fazem amizades (isto é muito pequeno), e nessas amizades fazem-se contactos para emprego. Concorrer a agências de recrutamento também facilita, mas as entrevistas são normalmente presenciais, e para rápida colocação no mercado.

Sendo um país em crescimento, a construção é um sector muito procurado. Acredito que existem já demasiadas empresas para a dimensão destes país, mas continua a ser um sector apetitoso, nomeadamente com a estagnação da construção em Portugal.

Manutenção eléctrica (obviamente), electrónica e mecânica, são necessárias. Se tiverem qualificação nesta área, facilmente encontram emprego, principalmente se vierem com um plano específico e bem pensado para montar uma empresa. TICs é também sempre necessário.

Creches é algo quase inexistente, sendo um bom sector para investimento. Não há formação específica para educadoras de infância, pelo que uma creche com formação nesta área será algo essencial.

Áreas comerciais são muito pedidas, área financeira também. Nota-se alguma carência no ensino. Não existe uma escola que ensine Português, apenas o Centro cultural Brasileiro tem essa opção (tendo em conta que existem muitos europeus, seria interessante haver mais oferta). Mesmo nas escolas, nota-se alguma carência de aprendizagem nesta língua, que é a língua oficial do País, sendo muitas aulas, desde o ensino primário a por vezes universitário, dadas em crioulo.

Aqui na Praia, o transporte público mais utilizado é o táxi ou a hiace (uma aventura! 🙂 ). A empresa que tem alguns autocarros (mais velhos que eu), está com graves problemas financeiros. Um planeamento de transportes seria também uma boa ideia.

Investimento no tratamento de lixo é obviamente necessário.

Façam uma marina na cidade da Praia por favor!!!!!!! Ter um barco aqui é uma aventura! Normalmente é sempre uma dor de cabeça, mas aqui transforma-se em enxaqueca crónica!

Tudo o que traga competição em termos de preços de bens materiais e de consumo é bem-vindo, apesar da dificuldade de transporte e de desalfandegamento (o porto da Praia é pequeno para tantas solicitações, apesar de estar a sofrer umas obras de expansão). Os preços nem sempre são os mesmos. Ter um bom contacto na alfândega é essencial.

Eco-turismo – há muito pouco! Em termos de paisagem tem um excelente potencial! Esta ilha, fora da cidade da Praia, é brutaaaaaal. As pessoas são muito simpáticas, as paisagens espectaculares.

ONGs e centros para 3ª idade: noto que os velhotes são um pouco esquecidos.

Saúde: Qualquer situação mais grave que aconteça, tem de se ir para Portugal. O João no ano passado teve febre tifóide. Foi fazer exames a diferentes clínicas mais de 3 vezes e ninguém detectou nada. Passado mais de 3 semanas do início daquela febre intermitente e falta de apetite, veio para Portugal saber o que se passava. Com os exames de cá, em menos de uma hora, o médico disse o que tinha… é preciso dizer mais alguma coisa? Seguros de saúde também era fixe :).

Energias alternativas para consumo pessoal: pequenas soluções são bem-vindas. Ultimamente a moda são as baterias dos carros em casa com carregadores para ligar a televisão e internet. O problema da luz, segundo o Governo, vai-se manter até Fevereiro do próximo ano, o que em Cabo Verde, certamente significa pelo menos mais um ano, talvez dois!

Para quem não vier investir, quando enviarem currículos, aconselho a fazerem cartas de apresentação e anexar cópias de documentos. A procura é muita, é necessário destacarem-se e enviarem candidaturas completas e personalizadas às empresas. Recomendo também uma visita para fazer contactos e procurar oportunidades.

Adaptação

Varia de pessoa para pessoa. O ritmo é diferente, tem-se mais qualidade de vida pois tem-se mais tempo (não há transito e é tudo perto) e o clima ajuda sempre. A convivência também é potenciada pela proximidade, tempo disponível, cortes de luz e ausência de actividades ao fim-de-semana. A adaptação cultural poderá não ser fácil, principalmente depois de passar a sensação de novidade. As dificuldades técnicas são muitas, o atendimento nem sempre é o melhor, os tempos de espera são difíceis.

O melhor é mesmo é o mergulho. Água sempre quente, apesar de se notar alguma sobrepesca!

Espero ter sido  útil para todos.

O próximo post vai ser menos conversa e mais fotografia, acho que escrevo melhor com luz do que com teclados! (tenho algumas fotos que ainda não partilhei aqui, que vergoooonha!)

Bem de resto, aos amigos e família, tudo continua a correr bem. Muitos mergulhos, disparates da Mishka e da Chamuça e muito trabalhinho. Retomei a minha tese!! Já tenho escala e tudo eheh. Tenho muitas saudades de todos. Zé Nuno, boa sorte em terras de sua majestade. Maninha vejo-te daqui a umas semanas, e aos restantes no Natal estou aí. Beijinhos grandes.

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Setembro …

Olá a todos.

O mês de Agosto não foi fácil.

Muitas decisões difíceis que tiveram de ser tomadas, muito trabalho, muito stress, muita chuva e pouco descanso. Mas é assim que se aprende e se cresce, e de certeza que melhores dias virão. Levantar e para a frente é o caminho!

Mas nem tudo é mau. Cabo Verde está verde!!! Tivemos os pais do João cá a passar umas férias, a Mishka e a Chamuça continuam felizes e a fazer disparates, e eu e o João estamos bem como sempre!

Ficam algumas fotos deste mês que passou.

Beijinhos a todos com saudades.

 

Setembro vai ser melhor 🙂

 

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We’re back!!!

Olá a todos.

Xiiiiiii que desnaturados, devíamos ter vergonha…. E temos um bocadinho, mas estamos de volta. Pedimos desculpa a todos pelo tempo ausente, vamos tentar fazer pelo menos um post semanal.

Já fez um ano que cá estamos… o tempo passou a correr, apesar de todos os acontecimentos. O balanço tem sido muito positivo!

Resumindo um pouco os últimos acontecimentos desde a ultima publicação, mudámos de casa outra vez! Saímos da nossa querida casa dos assaltos, e fomos para o Palmarejo de Baixo, primeiro para o rés-do-chão, e depois para o 1º andar, tudo no mesmo prédio. Já depois de estarmos instalados no rés-do-chão, surgiu a oportunidade de irmos para uma casa um pouquinho maior, com varanda, e aproveitámos ehehehe. Assim a Mishka controla os acontecimentos da rua.

Entretanto arranjámos uma companhia para a Mishka, chama-se Chamuça, é uma gatinha muito traquinas que só faz disparates. Tem sido a loucura lá em casa.

A Electra tem feito das suas. Estivemos quase 1 mês quase sem água! Se não fosse o senhorio a comprar água para os depósitos estávamos tramados. Para ajudar, desde há um mês que temos cortes quase diários de electricidade, que duram várias horas. Felizmente nos últimos dias os cortes têm acalmado, mas tem sido do pior! Para variar, os roubos de energia e a falta de dinheiro para pagar combustível para os geradores da cidade, são os principais responsáveis.

Quanto às visitas familiares, o meu pai esteve cá nos meus anos, a minha mãe o mês passado, e os meus sogros vêm para a semana. Já se avizinha também uma visita dos irmãos hihi, isto porque provavelmente só conseguiremos ir a Portugal no Natal. Felizmente temos tido muito trabalho aqui por terras crioulas, o que nos deixa pouco tempo livre para o blog, como se pode ver, e para ir a Portugal.

O projecto tem andado a correr muito bem. Começámos por fazer uma festa no restaurante que teve um grande sucesso, à qual se sucederam mais duas festas… não foram mais por causa da vizinhança. Existe uma senhora que não gosta do barulho, apesar de todos os outros habitantes da Cidade Velha adorarem a animação, incluindo a anciã da Cidade Velha, uma batucadeira de 90 anos, mais coisa menos coisa.

O centro de mergulho também tem estado bem, apesar de alguns azares com o barco (já alguém deixava de rogar pragas não?), tem tudo estar a correr às mil maravilhas. Mudámos de entidade certificadora, sendo que agora somos um centro de mergulho ACUC. Apesar de menos conhecida, estamos a gostar bastante, devido ao rigor e segurança do ensino desta entidade. As pessoas saem muito bem preparadas e podem mergulhar mais fundo (na PADI podiam ir aos 18 metros com o primeiro curso, e na ACUC podem ir aos 25), o que é bom devido à estreita placa continental aqui da zona, e claro, podem mergulhar em qualquer parte do mundo. O João tem estado a dar-me formação no mergulho e por isso estou a caminho de me tornar uma Dive Master. Ainda me falta um bocadinho, mas para lá caminho. Be afraid!!!

No dia 28 de Maio, eu e o João já fizemos 10 anos de namoro (sem contar com as pausas claro)… estamos a ficar velhos hihi. A nossa relação continua sempre muito fixe, até talvez um bocadinho melhor do que era normal. Estamos no caminho certo…

De resto, tenho muitas saudades do pessoal de terras lusitanas, especialmente dos meus sobrinhos e dos meus avós. Um beijinho muito grande para toda a família, para as amigas e amigos, e para todos os que ainda nos seguem neste blogue.

Deixo-vos agora com algumas peripécias à boa moda Cabo-verdiana, que me lembro neste momento, e depois com algumas imagens. Um obrigado a todos e até breve.

Num restaurante:

Enquadramento – almoço.

Pedimos uma bebida com gelo. Como o gelo aqui é sempre duvidoso, perguntamos à menina que nos atendia, de onde é o gelo, a menina responde “é da geladeira!”. Ora pois, que pergunta parva a nossa!!

A caminho do Tarrafal no nosso 10º aniversário:

Enquadramento: estrada em Órgãos – polícia manda parar.

Pede os documentos. O João deixou a carta em casa, e quando entrega os documentos do carro, percebe que está tudo caducado… Ligamos para o stand do ALD, pelos vistos deveríamos ter lá ido em Março, aviso cuja telepatia com essa preciosa informação, falhou! Explicamos ao Sr. Polícia a situação. O João faz um choradinho e diz que estamos a caminho do Tarrafal para o nosso 10º aniversário… falamos do restaurante da Cidade Velha e convidamo-lo a aparecer com a sua esposa, o Sr. Polícia vira-se “ah então vão lá! Já agora, conhecem alguém que faça desconto em tintas?” Melhor parte: só pediu os documentos do carro. Não chegou a pedir a carta de condução. Não pagámos nada, e fomos felizes da vida eheh.

No porto da Praia, a semana passada:

Enquadramento: Grupa de 35 toneladas cai ao mar a descarregar um barco…. (sim estou a falar a sério).

Explicação: O braço da grua estava muito esticado, a grua cede com o peso do contentor, o contentor cai dentro do barco que entretanto avança sem aviso prévio e a grua cai ao mar. Resultado: ainda lá está. A grua que ia “salvar” a grua afundada, avariou! Visibilidade dentro de água neste “spot” específico: -100, o João diz que é a mesma coisa que estar cego! Basicamente, mergulhar no  lodo!

Hilariante!

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Aqui vão as fotos em miniatura para quem não tiver paciência para o slideshow :).

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Manifesto

Já que não vou pode estar presente, aqui vai

Sou também uma cidadã com uma posição igual à de tantos outros: Estou descontente com a situação vivida e sentida em Portugal. Estou a residir e a trabalhar no estrangeiro, pois ao finalizar o meu curso superior, apercebi-me que seria mais uma a contribuir para o desemprego.

Aqui tive a oportunidade de ter um emprego na área para a qual estudei (por ironia, numa empresa portuguesa), bem como tive a oportunidade de criar algo novo, um Projecto em que acredito. Gostaria de estar a contribuir de uma forma mais activa para o desenvolvimento do meu País, mas infelizmente não há espaço nem oportunidades para o fazer.

Não considero o panorama vivido no País culpa de ninguém em específico, nem de nenhum governo ou partido político. Somos uma equipa e todos contribuímos para a situação actual em que estamos, uns mais que outros, é certo!

No entanto, não é altura para estar com acusações, é sim o momento de aproveitar melhor o tempo e as capacidades que temos para trabalharmos em conjunto. Os Governadores deste País têm de se tornar um exemplo a seguir, agentes da mudança, credíveis, com mais acção e menos discursos! Acreditem naquilo que fazem e dizem. Vamos discutir soluções em vez de problemas e por favor, vamos deixar-nos de joguinhos de poder e prestígio! Não percam tempo a discutir a posição de uma vírgula ou o que o outro disse, pensou ou fez.

Estamos todos no mesmo barco: políticos, empresários grandes ou pequenos, estudantes, empregados precários, prestadores de serviços, estagiários, reformados, desempregados, artistas, etc. Vamos remar para o mesmo lado!! Deixemos as nossas diferenças e o nosso ego de lado e vamos unir-nos. Todos temos o mesmo objectivo: melhorar o País, as nossas condições de vida e sermos felizes! Ao fazermos um esforço para ouvir, não será difícil encontrar métodos de acção que permitam a evolução da situação de cada um de nós e por consequência, do nosso País.

Eu Acredito que em conjunto somos capazes!!!


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Geração “à rasca”.

Olá família, amigos, conhecidos e curiosos,
Cá estou eu mais uma vez a escrever neste blogue. Nas últimas semanas, desde que a famosa música “Parva que sou” dos Deolinda saiu, que tenho sentido um formigueiro na barriga pela situação vivida em Portugal. Para quem ainda não conhece, vejam o vídeo e oiçam a letra:
Soube na semana passada de uma mega manifestação que vai haver em Lisboa e no Porto… e o formigueiro aumentou. Não que não me preocupasse anteriormente, mas parece-me que o nosso fantástico povo conhecido pelo seu descontentamento, passividade e calma (isto sem sarcasmo) começa a mostrar gestos visíveis de mudança.

Este post surge assim deste sentimento de revolta, partilhado pela emoção que uma amiga minha sente perante a situação que Portugal e a nossa geração actualmente vive (eterna “revoltada” Maria, a Lenda!) mas também pelo facto de nas últimas semanas, eu e o João termos recebido vários contactos de portugueses a perguntarem como é viver aqui em Cabo Verde, incluindo a visita de um. Aliás, nos últimos 8 meses vimos a população “tuga” crescer a olhos vistos nesta cidade.
Quem acompanha o blogue sabe da minha experiência aqui em Cabo Verde, mas para quem não sabe, aqui vai um resumo:
Desde 2006 que sentia uma necessidade grande de conhecer realidades de outros países. No ano passado, eu e o João decidimos procurar uma experiência além fronteiras. Esta necessidade nasceu da junção de uma série de factores, como a falta de oportunidades existente no País, a necessidade de crescer pessoal e profissionalmente, a procura da aventura e a necessidade de tentar fazer alguma diferença com aquilo que nos dá prazer fazer. Apesar de termos uma casa paga e muitas oportunidades que por vezes não gosto de falar por conhecer as dificuldades vividas pelos que me são próximos, optámos por “arriscar” e sair. Muito interpretam esta escolha como um acto de coragem… Na minha opinião coragem é ficar!! Quase considero este nosso acto como sendo egoísta, cobarde e pouco patriota, mas continuando.
Eu, rapariga com quase 1\4 de um século (ser adulto é lixado!), fiz o meu percurso académico todo certinho, com licenciatura, pós-graduação e mestrado (quase completo). Sempre me foi ensinado que optar por um curso superior é a melhor hipótese de ter “uma vida melhor no futuro”… Vejo muitas pessoas “obrigadas” a tirar cursos que detestam por causa da “vida melhor no futuro”. Muitas delas completam os cursos que não gostam e ficam no desemprego, ou são infelizes profissionalmente por fazerem algo que para elas não tem qualquer sentido… Outras têm a coragem de tirar cursos que “não têm empregabilidade” (nomeadamente cursos com componente criativa, ou teórica), e infelizmente também ficam no desemprego, mas ao menos durante um período de tempo fizeram o que gostam. Existem aqueles que têm a sorte de encontrar trabalho nas suas áreas de eleição, apesar de uma grande fatia desse bolo escolher sair do país, optar por estágios não remunerados ou ter a “sorte” de ter um emprego com ordenado mínimo, muitas vezes pago a recibos verdes. Como já ouvi alguém dizer, somos a geração mais qualificada e mais sacrificada (profissionalmente) de sempre, apesar do nosso (até agora) aparente conformismo, mas continuando…
O João, 28 anos, não é academicamente “qualificado”, percurso escolhido sem influências sociais ou familiares, muito pelo contrário, escolha feita com opiniões e pressões contrárias e direccionadas para a escolha de um curso superior que “lhe daria melhores condições de vida” (eu fui, durante um tempo uma dessas pressões). Essa pressão resultou durante algum tempo (um mês? eheh).Tentou duas vezes iniciar um curso superior, mas rapidamente viu que não era aquilo que procurava. Invejo-o pela sua coragem e por ter lutado contra tudo e contra todos para encontrar aquilo que gosta realmente de fazer, procura que não foi conseguida à primeira, razão de tanta desconfiança e cepticismo relativamente às suas capacidades. É instrutor de mergulho, profissão considerada inicialmente por muitos como uma “fase do João”, um hobbie caro e sem futuro, mas que agora é motivo de orgulho de toda a família, e mais importante, orgulho dele próprio. (Quantos de nós sente orgulho de nós próprios?).
Quando optámos por sair de Portugal, e visto a área dele ser muito específica, foi ele o primeiro a procurar um emprego fora. Sendo a minha área de trabalho mais abrangente seria para mim mais fácil segui-lo e encontrar qualquer coisa. Inicialmente pensámos em viver uma experiência curta, com a duração de um ano no máximo, mas rapidamente as coisas mudaram…
Peço desculpa, neste preciso momento o João ligou-me a dizer que ouviu no mergulho realizado agora, baleias a comunicar e que as viu quando saiu da água… há experiência de escritório que se compare à sensação de ver uma baleia? Que inveja!!!!!!! Peço desculpa pela descontextualização que por acaso vem no momento certo, mas UAU!!!! Quero muito!
Continuando (tentando manter o espírito de revolta que foi completamente abafado pelas baleias!)… Quando chegámos a Cabo Verde, apenas um de nós estava (mal) empregado. Apesar das muitas controvérsias iniciais, as quais quase nos fizeram pensar em voltar a Portugal, decidimos continuar com a nossa experiência. Inicialmente, como ainda estava desempregada e pela “má empregabilidade” do João, começámos a desenhar um projecto sem lhe dar muita importância… mas cujo o sentido, para nós, foi crescendo. Passados 3 meses de cá estar encontrei um emprego, e passado 4 meses o Projecto começou a ganhar forma. Apesar de estar contente com o meu actual emprego, não me sinto totalmente realizada profissionalmente… porque será? Egoísmo da minha parte? Este sentimento melhora um pouco com o Projecto que eu, o João e outros sócios estamos a construir, (Restaurante e Centro de Mergulho), apesar de o meu sonho desde os 15 anos ser a fotografia, (o auge seria ser fotógrafa da National Geographic), as viagens e a “vida pura”. Contudo, profissionalmente sou uma jovem empresária e técnica de Recursos Humanos, ainda fortemente influenciada pelas pressões sociais, com muito pouco tempo para a fotografia, com tempo nenhum para viagens, com momentos em que adoro o meu trabalho e com momentos em que o odeio e que fico a pensar “que contributo estou a dar para este mundo?”. Estou a trabalhar para um dia poder fazer o que gosto ou estou a sacrificar o que gosto para poder trabalhar? Para a minha sanidade mental acredito na primeira opção!
O que significa “escolha certa” nos dias de hoje? Sei que o desemprego atinge fortemente os cidadãos Portugueses (vou falar apenas de Portugal), mas que sentido tem a pressão social actual para a realização de cursos superiores? Claro que, para quem gosta, dá um sentimento de realização pela aquisição de conhecimento (eu por exemplo adoro essa sensação), mas por outro, em termos práticos o que significa? No outro dia eu e o João debatemos este assunto. Chegámos à conclusão que se a sociedade tecnológica e capitalista deixasse de repente de existir, quem sobreviveria seria a camada mais pobre. Os agricultores, pescadores (pessoas cuja importância para o bem de todos é desprezada pela sociedade geral), as populações de 3º mundo, sem estudos mas com meios próprios de subsistência, enfim, os “não qualificados!”, cujo conhecimento adquirido por não estar impresso numa folha de papel, não é motivo de orgulho e não merece a atenção dos “qualificados”. Aliás, quem se iria safar melhor, e provavelmente não daria conta de nada eram aquelas raras populações sobre as quais o mundo moderno ainda tem pouca ou nenhuma influência. Não estou a querer dizer que devemos ser todos nómadas, mas que devemos dar valor à individualidade de cada um.
Lá estou eu a divagar… Mantendo-me no mundo “real” do ser humano “evoluído” acredito, tal como um professor Universitário meu disse uma vez, que estamos numa mudança de paradigma social brutal. Acredito que o sentido do ensino e da educação vai sofrer uma revolta profunda durante os próximos anos. Somos categorizados em termos de conhecimento pela idade até ao 12º ano de escolaridade, sendo que o ensino é igual para todos até ao 9º ano (15 anos) apesar das diferenças e aptidões de cada um. Só somos qualificados se tivermos pelo menos o 12º ano, e só seremos bons profissionais em áreas “respeitadas” se tivermos um curso superior e boas notas. Como não sou muito boa a explicar-me aqui vai um vídeo que aconselho a ver com atenção:

Tudo isto para dizer que amava estar na Manifestação de 12 de Março. Tudo isto para dizer que cada vez mais acredito que um curso superior faz sentido depois de sabermos aquilo que queremos fazer, não aos 18 anos mas aos 30, mas que no entanto não é obrigatório para sermos mais ou menos qualificados. Acredito que devemos explorar todas as oportunidades, não fazer tudo certinho à primeira, cometer “erros”, os quais considero os principais factores de aprendizagem e conhecimento. Acredito na satisfação pessoal (mais do que financeira) naquilo que fazemos. Acredito que devemos primar pela mudança, pensando no que realmente queremos e nos faz felizes.

Possivelmente não estarei presente na Manif, e não irei registar esse momento com a minha máquina, mas estou convosco. Quero um dia poder voltar ao meu país sem me sentir sufocada pelo ambiente que senti quando estive aí no Natal, e que sei que para o qual em nada estou a contribuir para mudar, pois sou uma das muitas pessoas que está longe desse ambiente por escolha própria. Admiro a vossa coragem e força.
Beijinhos a todos com saudades.
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Política, Assaltos, Internet e Fotografia.

Olá a todos.

Este post vai ter 4 assuntos diferentes. A primeira parte e a última são para relaxar. As duas do meio são desabafos! Primeiro vou mostrar-vos como se fazem campanhas políticas em Cabo Verde, depois vou falar-vos da aventura dos assaltos na casa nova, e da dificuldade que é ter internet neste país, e por fim, partilhar convosco umas fotografias que tirei este fim-de-semana na Cidade Velha.

Estamos a uma semana das eleições presidenciais aqui em Cabo Verde. Não percebendo muito do assunto, e quem me conhece sabe que não ligo nada à política, não posso deixar de partilhar convosco a minha impressão sobre as estratégias de campanha eleitoral adoptadas. A sensação que tenho é que quem fizer mais festas, der mais concertos e fizer mais barulho, ganha. Não duvido da seriedade dos concorrentes às presidenciais, mas as meninas nas rotundas a agitar bandeirolas dos partidos, a distribuição de flyers, os carros, pick-ups e carrinhas que passam na rua com umas grandes colunas com um som que está de tal maneira alto que faz accionar os alarmes dos carros estacionados… enfim BRUTAL! Ainda ontem uma professora me estava a dizer que cada vez que passa um desses carros, tem de parar a aula pois não se ouve nada eheh. Deixo-vos aqui uma pequena amostra das estratégias adoptadas:

Passando ao segundo assunto do post de hoje, na casa nova, nomeadamente na última semana, assaltaram-nos o carro duas vezes… Da primeira vez levaram 1000$ que ficaram no porta-luvas, da segunda não levaram nada, porque não havia nada para levar. Contudo, estes ladrões são habilidosos, cortam a borracha do vidro traseiro da pick-up, sacam o vidro sem o partir, pousam-no cuidadosamente na caixa e entram a ver se há algo de valor que valha a pena levar. Esta manhã, o que mais me irritou foi o parvalhão do guarda da casa em obras ao lado da nossa, o qual teve o privilégio de assistir em 1ª fila ao assalto e não ter sequer dito nada… realmente!

Por esta razão, decidimos mudar de casa. Já estávamos um pouco (eu pelo menos) inclinados em fazê-lo devido à fantástica cozinha que construíram na casa onde estamos actualmente, que tem não só uma criação de aranhiços como também um criação de bichos da madeira. Além disso, a falta de segurança que aquele lugar transmite… rua de terra batida, não passa ninguém, pouca luz, um guarda que não faz nada…. Naaa me parece!

Antes de passar ao 3º assunto venho fazer um apelo: Senhores da PT, Zon e afins, Cabo Verde é um mercado espectacular para investir… têm um concorrente de peso, mas como demora mais de 1 mês a fazer as instalações pedidas (net e TV), não terão dificuldades na vossa instalação!! Pois é, estou a ficar maluca com a CVMultimédia (grupo CVTelecom, a PT cá do sítio). Quando mudei de casa, fui pedir a instalação da Internet e TV. Disseram-me que entre 1 e 15 dias me ligavam a marcar as instalações, coisa que até agora, 1 mês depois, não aconteceu. Nas duas últimas semanas, tantos são os telefonemas que faço que a senhora do telefone já me conhece a voz. Não adiantou fazer reclamações por telefone, reclamações nas instalações nada. Não consigo que me vão instalar a bosta das coisas em casa… o atendimento é incrível!!! Uff, já desabafei!

Passando agora à segunda parte relax deste Post. Este fim-de-semana tirei verdadeiramente a barriga de miséria! Seguem em baixo umas fotografias tiradas na Cidade Velha. É fácil fotografar assim!! Espero que gostem. (só hoje descobri a ferramenta do slideshow aqui do blog!!!)

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No próximo post irei falar sobre a concretização de um dos objectivos que nos levaram a fazer este blogue. Beijinhos a todos com saudades.

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Passeio por S. Vicente – Saudade de fotografar.

Olá a todos,
Espero que esteja tudo bem connvosco.

A vida por aqui continua atarefada, agora complementada com as brincadeiras da Mishka. Está a crescer bastante, acho que afinal não vai ser um cão assim tão pequeno eheh.

Nesta semana tenho sentido muita falta da fotografia, de sair para fotografar sem pensar em mais nada, sem pressas, sem stresses, sem compromissos… Só eu e a minha máquina… (e mais alguém para evitar ser assaltada!!!) Por essa razão, ontem ao fim da tarde estive a arranjar umas fotos que tirei na minha rápida ida a S. Vicente, à cerca de 2 semanas atrás. Já tinha saudades de estar a arranjar fotos. Não que não o faça de uma forma regular, mas arranjar para mim e só para mim, é raro fazê-lo! Sempre deu para matar um pouquinho as saudades.

Infelizmente não estive tempo suficiente na ilha de S. Vicente para poder apanhar a essência da Cidade do Mindelo, que é muito diferente da Cidade da Praia (quer dizer, ainda não apanhei bem a da Praia… que vergooonha!). As ruas são arranjadas, mais ou menos ordenadas, as casas são acabadas, tem calçada, uma marina. Parece um pouco uma pequena cidade portuguesa. Gostei muito :).
As fotos que partilho hoje convosco foram tiradas numa rápida viagem à volta da ilha. Fiquei um pouco espantada por a ilha estar tão deserta, com todos aqueles kms de areal e mar, com os locais construídos para o turismo… Que se passa com S. Vicente??? Pelo que me dizem só tem movimento no ano novo e Carnaval… é pena porque é uma ilha muito bonita. Bem, por um lado o facto de estar deserto foi bom para a fotografia, mas é muito mau para a economia local.
Fico-me por aqui hoje e deixo-vos algumas fotos tiradas nesse dia.
Hope you’ll like it 🙂

Esta é dedicada aos meus tios, primos, avós e irmã 🙂

A minha preferida! Acho que esta foto transmite a minha vontade de voltar a fotografar como antes. A estrada é símbolo disso mesmo.

Mais um espaço deserto em S. Vicente

Não se percebe bem por esta foto, mas esta duna de areia ia desde cá de cima até à praia lá em baixo.

Segundo me disseram, este espaço chama-se Panelinha. Dizem que há muito tubarões... atractivo não fosse o mar ser tão bravo para mergulhar.

Mais uma foto deste spot fantástico. Foi óptimo sentir as gotinhas de água na cara 🙂

As próximas duas fotos são momentos curiosos apanhados na cidade. Achei por bem fazer esta separação com esta frase!

tinha de fotografar este hihi

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